Textos sobre o desenvolvimento do bebé

Texto publicado a 30/04/2024


Myriam Szejer - "Depois de ter decidido nascer, a criança precisa também decidir viver entre os seus semelhantes e, para isso, precisa ser acolhida por eles."

É nossa missão cativar os bebés para este mundo, para esta vida!
Como?
Com amor, atenção, colo, respeito, acolhimento, responsividade. Os bebés precisam de encontrar uma casa fora do útero. Precisam de um adulto que os veja e que esteja disposto a escutar o que eles têm para nos dizer, mesmo sem palavras. Precisam de alguém que acredite neles e que os faça querer viver.

Cativem os bebés

Texto publicado a 18/10/2023

A mãe que nunca ouviu que o seu bebé tem manhas que ponha a sua mão no ar!

Ora então vamos lá ver... "Manha", segundo o dicionário, é um substantivo que significa ter “arte de conseguir o que se deseja sem trabalho ou enganando”. Os bebés não têm maturidade cognitiva suficiente para procurar “enganar” o adulto. Essa é uma capacidade que surge mais tarde no processo de desenvolvimento. O bebé apenas pede o que necessita e procura o comportamento que o satisfaz.
Mas de facto os bebés têm comportamentos com o objetivo de levar os seus cuidadores a satisfazer as suas necessidades. E ainda bem que têm essa capacidade, porque o bebé não tem maturidade suficiente para o fazer sozinho e precisa mesmo que o cuidador faça diversas coisas por ele. Não pedem para não ter trabalho, pedem porque não consegue. É uma questão de sobrevivência!
Vamos então pensar em 2 situações concretas:

1. O bebé que “tem a manha” de só querer dormir no colo - Se o bebé quer colo, é porque precisa de colo.
O colo é proximidade, amor, conforto e - muito importante - organização cognitiva! A nossa função enquanto cuidadores é darmos tudo isso aos bebés. Não se esqueçam que os bebés estão a aprender diariamente mil coisas sobre si próprios, sobre o mundo, sobre as relações... É uma tarefa difícil e desorganizante. Se dermos colo, a necessidade de colo acaba por desaparecer, porque o bebé se organiza e aprende que pode contar com o adulto quando precisar. Se não dermos colo, a necessidade aumenta, porque o bebé ficará cada vez mais desorganizado e a sentir que o adulto não o ajuda. Esta segunda hipótese não parece lá muito positiva, pois não?

2. O bebé que “tem a manha” de mandar os brinquedos para o chão para “provocar” os pais - Ora, os bebés podem não ter desenvolvimento cognitivo suficiente para manipular o comportamento do outro, mas são pequenos grandes exploradores do mundo e são muito inteligentes. Eles vão repetir os seus comportamentos que tiverem impacto, vão explorar e vão tentar compreender o impacto da sua ação até se cansarem ou terem outra distração mais interessante. Mas sem manha ou maldade!

Portanto, não vamos mais dizer catalogar os bebés como algo que não são, boa?!

As “manhas” dos bebés

Texto publicado a 01/06/2022


"...de facto, não sei para que serviria ter filhos, se não pudessemos confiar neles." - Charles Dickens

Algumas razões pelas quais podemos confiar nas nossas crianças (descontruindo algumas mentiras que se dizem sobre elas):
- As crianças não são cruéis, elas são boas pessoas! Crianças criadas com amor e respeito, não naturalmente boas. Se não se comportam bem, é porque não estão bem.
- As crianças não são interesseiras!
Até lhe podem pedir coisas, mas não há nada que queiram mais e que os satisfaça mais do que o amor de um adulto.
- As crianças não são mentirosas!
É verdade que em certas etapas do desenvolvimento podem surgir algumas mentiras, mas as crianças que estão bem tendem a ser sinceras, livres de amarras e preconceitos.
- As crianças não são vingativas nem rancorosas!
Perdoam-nos vezes sem conta e amam-nos sempre, de forma pura, mesmo quando erramos com eles.
- As crianças são seres incríveis! E só precisam de um adulto que os ame, olhe ouça, apoie e respeite para que se tornem adultos incríveis.

Confiem nas crianças

De que precisam os bebés?

Texto publicado a 15/11/2021


Os leitores atentos à minha página devem saber que os bebés precisam de uma relação privilegiada, com (pelo menos) um cuidador que esteja presente de forma duradoura e mais ou menos contínua. Essa relação deve ser carregada de AMOR, mas não só!

Ora vejamos mais algumas coisas de que os bebés precisam:
1 - Segurança:
Adultos que os façam sentir-se seguros para explorar o mundo, com a certeza que terão sempre um colo ao qual regressar (base segura)
2- Acolhimento:
Alguém que lhes dê conforto e organização emocional, especialmente nos momentos em que mais precisam (porto de abrigo)
3 - Responsividade:
Respostas ajustadas às suas interações e às suas necessidades específicas
4 - Estabilidade emocional:
Adultos emocionalmente estáveis conseguem ser boas bases seguras e portos de abrigo para as crianças
5 - Previsibilidade e Rotina:
A sensação de que o dia ou os eventos decorrem mais ou menos da mesma forma ajuda a criança a sentir-se segura e a saber o que esperar dos outros e do mundo
6 - Flexibilidade:
Adultos que ajudem a criança a adaptar-se e a regular-se perante as mudanças inerentes à vida, enquanto se sai da rotina
7 - Estimulação:
Brincadeiras, jogos e coisas interessantes para fazer - oportunidades para desenvolver e treinar competências e apoio para ultrapassar fragilidades
8 - Pais confiantes e informados:
Pais confiantes e que se mantenham informados, procurando melhorar as suas práticas parentais, mais facilmente conseguem apoiar e estimular o desenvolvimento dos filhos

Texto publicado a 21/09/2021

Os bebés humanos nascem cheios de competências e, ao mesmo tempo, imaturos. As suas competências, como uma audição muito eficaz, a visão competente à distância mama-rosto e a preferência por rostos humanos, são muito importantes para a sua sobrevivência porque permitem ao bebé interagir, puxando o adulto para a interação e estimulando nele a vontade de cuidar e proteger o bebé.
No entanto, é fácil perceber que os bebés beneficiariam de ficar mais tempo no útero das suas mães. Poderiam nascer com mais maturidade, o que os tornaria menos suscetíveis à possibilidade de terem um cuidador que não cumpre o seu papel. Não temos a certeza do porquê de a gestação humana não ser mais prolongada no tempo, mas a antropologia crê que estará ligado ao facto de nos termos tornado bípedes ou de os nossos cérebros se terem tornado extremamente competentes. Assim, os nossos bebés nascem e necessitam de sentir, durante algum tempo, que ainda estão no útero. Quase como se viessem terminar a gestação no exterior: daí o termo exterogestação. Nos primeiros tempos após o nascimento, precisam de voltar várias vezes à sensação da proteção e do acolhimento que o útero proporcionava. Precisam de contacto pele a pele, de proximidade constante, de colo, de contenção física (ex. swaddling), de regulação externa (o que pode incluir, por exemplo, mamadas muito frequentementes e prolongadas). Mas, progressivamente, os bebés vão-se habituado ao mundo externo com ajuda do cuidador e vão precisando cada vez menos de "voltar ao útero". Mantêm a necessidade de colo e de regulação externa, por exemplo, mas essa necessidade não volta a ser tão intensa como nestes primeiros tempos de vida (podendo, no entanto, demonstrar necessidades parecidas em alguns momentos, especialmente momentos de maior fragilidade - ex. quando estão doentes).
A verdade é que o desenvolvimento dos bebés acontece a um ritmo alucinante e muitas serão as aquisições que fazem nos primeiros anos de vida. No entanto, é fundamental não nos esquecermos que a necessidade de uma relação e de acolhimento permanecem para sempre!

Exterogestação

Texto publicado a 16/08/2021

É difícil falar-vos sobre a importância da reciprocidade em tão poucas linhas, mas quero dizer-vos que a reciprocidade é um dos pilares importantíssimos nas relações humanas. Está presente em cada olhar prolongado que trocamos com os nossos bebés. Está presente quando o recém-nascido deita a língua de fora quando nos vê deitar a nossa. Está presente quando o alimentamos e nos enfia a mão (ou pé) na boca. Está presente quando comunicamos (com a voz, o olhar, o toque, etc.) e o nosso bebé comunica de volta.
Ao longo da nossa história, a seleção natural fez com que prevalecessem os genes das crias que mostravam, desde cedo, reciprocidade na relação com o cuidador. As crias que o fazem, despoletam, de forma inconsistente, o interesse do cuidador e, por isso, ficam mais protegidas e têm uma maior probabilidade de sobrevivência. A reciprocidade puxa-nos para a relação. É como se os nossos bebés nos procurassem retribuir o que lhes damos, para que fiquemos com eles e continuemos a investir na relação. No passado, as crias que não o fizeram, acabaram por não sobreviver.
Além disso, a reciprocidade estimula o sistema de recompensa do nosso cérebro e dá-nos prazer. O prazer é um motor fundamental nas nossas vidas, incluindo no papel de pais.
Acho que todos concordamos que ser pais é o trabalho mais exigente do mundo. Se não nos desse prazer, pelo menos de vez enquanto, eventualmente a nossa espécie acabaria.
Por isso, da próxima vez que uma mão ou pé for enfiado pela vossa boca a dentro, lembrem-se que é um ato biológico, que representa a importância da relação e do afeto na nossa espécie. Não estou a dizer para permitirem, se não gostarem, mas procurem agir com carinho!

Reciprocidade

Texto publicado a 03/04/2021

Todos os bebés dependem de uma relação significativa para se desenvolverem, mas não é só do adulto que depende o estabelecimento dessa relação. O vínculo entre dois seres é uma "via de mão dupla" em que ambos - bebé e adulto - têm de ser ativos.
No desenvolvimento normativo, o bebé nasce disponível e é ativo na procura de uma relação significativa. Mais do que sugar o leite da mama da sua mãe, o bebé suga a voz dela, na busca da proximidade e ligação entre ambos.
Falamos em Perturbação do Espetro do Autismo quando as características únicas do neurodesenvolvimento de um indivíduo interferem com a sua forma de percecionar o mundo e interagir com os outros.
No modelo psicodinâmico, entendemos que os bebés com estas características únicas percecionam o mundo relacional como assustador. Como mecanismo de defesa, surge a recusa precoce (radical ou parcial) da relação. Assim, o bebé não se mostra tão recetivo nem procura ativamente a relação precoce.
Esta forma única de o bebé percecionar o mundo e se posicionar na relação precoce interfere com o seu desenvolvimento e causa angústias que se traduzem em sintomas como:
- Perturbações na forma como olha e permite ser olhado pelo outro;
- Perturbações na forma como usa a sua voz e a voz do outro;
- Perturbações na relação c/ a alimentação;
- Perturbações na relação c/ o sono;
- Perturbações na forma como apresenta o próprio corpo e se relaciona fisicamente com o outro.

Na maioria dos casos, estes sintomas surgem nos 1s meses de vida (embora muitas vezes de forma discreta) e vão ganhando expressão ao longo do desenvolvimento. Os sintomas podem ir-se modificando, mas os défices na comunicação e interação social vão persistindo e tornam-se transversais aos multiplos contextos, interferindo com o bem-estar e adaptação do bebé/criança e da sua família.
Através do acompanhamento especializado, é possível ajudar o bebé/criança/adulto com Perturbação do Espetro do Autismo a adaptar-se ao seu contexto, a minimizar o impacto das suas características na sua vida e a ser feliz tal como é. Mas todos podemos fazer a nossa parte e ajudar, sendo mais apoiantes, respeitosos e tolerantes uns com os outros.

Autismo na 1ª infância

Texto publicado a 18/03/2021

Os bebés são seres extremamente competentes que nascem com imensas capacidades. No entanto, ao nascer, possuem poucas estratégias de autorregulação, como a sucção, que é muito competente para vários desconfortos (físicos e psicológicos), mas insuficiente para outros. Por isso, os bebés necessitam de adultos que os ajudem a regular-se, até que eles sejam capazes de o fazer sozinhos. Ajudar significa valorizar, acolher, dar significado e responder.
Dar significado quer dizer traduzir à criança, para que ela entenda o que é aquilo que está a sentir. É isso que fazemos quando, por exemplo, o bebé chora, lhe dedicamos a atenção que precisa e dizemos algo como "estás a chorar porque te dói a barriguinha".
Quando não valorizamos a dor do bebé, dizemos-lhe que aquilo que sente não é importante e o bebé passa acreditar que não existe espaço no mundo para as suas emoções.
No entanto, os bebés precisam de perceber igualmente que nem todas as dores são iguais nem merecem o mesmo cuidado e atenção. Se reagimos sempre da mesma forma (ex. proporcionando sucção), o bebé entende que só há uma forma de se autorregular. Se reagirmos sempre com a mesma intensidade (ex. grande ansiedade), o bebé pode entender que todas as dores são terríveis e catastróficas e que o mundo é um lugar assustador. Assim, é preciso reagirmos de acordo com as situações e respondermos ajustadamente. Se um bebé está muito desorganizado porque se magoou, então provavelmente precisará do colo do seu cuidador. Mas se a desorganização não é intensa, então uma palavra de conforto ou um abraço poderão ser suficientes.
Não existe uma idade certa para a criança se tornar autónoma no processo de regulação física e emocional. Os bebés precisam de ser cuidados, apoiados e respeitados e não nos podemos esquecer que cada um tem o seu ritmo único. Têm de ser eles a guiar-nos e não nós a exigir, sem que a criança se mostre pronta. Forçar a autonomia quando ainda não existe maturidade é ensinar ao bebé que as suas necessidades e emoções não importam e que não pode contar com o adulto. E não é isso que queremos, pois não?

Autonomia do bebé

Texto publicado a 25/06/2020

Sim, os bebés e as crianças também podem ter depressão. Assustador, não é?
As características nucleares da depressão são transversais a bebés, crianças e adultos. Mas claro, os sintomas são diferentes, dada a imaturidade linguística, cognitiva e emocional dos bebés e crianças.
A tristeza faz parte da vida humana e existe porque é importante. É desconfortável, mas é a emoção que nos impulsiona a procurar soluções face à perda (de alguém, de um desejo, de um sonho...). Na depressão, esse impulso deixa de existir. Deixa de haver a energia que leva à mudança e reequilibro, a força para investir na vida e na nossa própria existência. E por isso, a depressão é muito mais que tristeza.
Mas como pode um bebé deprimir?
O nascimento psicológico não é um evento demarcado no tempo, como o nascimento físico. Começa ainda na gestação e termina após largos meses de experiência física no mundo. Assenta nas relações precoces, o que significa que só se pode nascer psicologicamente se tivermos alguém que cuide de nós. E cuidar é muito mais do que fornecer alimento e mudar a fralda. Cuidar é amar, partilhar a dor, apresentar o mundo, dar limites à própria existência. O bebé que nasce não se conhece. Para se conhecer, precisa de alguém que invista nele e que seja um espelho e lhe mostre quem ele é verdadeiramente.
A depressão na primeira infância pode surgir quando o bebé não é suficiente amado, olhado, investido. Quando não há espaço para a sua existência no mundo (interno e externo) do adulto que o devia amar incondicionalmente. Como pode o bebé investir na vida se não investem nele?
Mas a verdade é que amar não é fácil. Amar é doloroso, exigente e faz estremecer os pilares da nossa existência. Por vezes, amar é tão difícil (dada a própria história pessoal) que a única saída parece ser não amar. Desinvestir. Fugir. Deprimir. E é por isso que precisamos de apoiar mães e pais na transição para a parentalidade. É por isso que precisamos de falar mais sobre saúde mental. É por isso que precisamos de desmistificar a depressão, apoiar e cuidar uns dos outros. Ao cuidarmos dos pais, cuidamos dos filhos. Cuidamos do mundo, cuidamos da vida.

Depressão no bebé

Texto publicado a 10/06/2020

A aquisição do mês X, o pico de desenvolvimento do mês Y, a regressão do sono do mês Z…
Para que serve tudo isto? Por um lado serve para descansar os pais que vêm os seus bebés a adquirirem as competências ao mesmo tempo que outros bebés da mesma idade ou a terem alterações comportamentais na fase em que é “suposto”. Por outro serve para preocupar os pais cujos bebés estão “atrasados” em relação aos outros ou que não estão a passar por alterações no tempo em que “deviam” ou porque as alterações estão a demorar “tempo demais” a passar.
O desenvolvimento desenrola-se numa sequência mais ou menos definida. Sim, as etapas existem, mas CADA BEBÉ É ÚNICO e, por isso, o seu processo de desenvolvimento também será! O que é verdadeiramente importante é que os pais saibam que os 1os tempos de vida (leia-se anos) são repletos de transformações, pois o desenvolvimento ocorre a cada segundo, num ritmo alucinante, como em nenhum outro momento da vida humana. E crescer implica desacertos. Mais ou menos como a sabedoria popular diz: às vezes temos de dar um passo para trás para se dar dois para a frente. Por exemplo, os bebés que já dormem/comem bem vão passar por períodos em que vão dormir/comer menos bem. Os bebés que não precisam de tanto colo vão passar por períodos em que precisam de mais. Não importa de isso acontece no mês X ou Y, ou se o bebé da vizinha já adquiriu essa competência, desde que o vosso bebé esteja a crescer de forma harmoniosa.
ENTÃO, O QUE DEVO FAZER? Devo apoiar o meu bebé incondicionalmente e proporcionar-lhe momentos de amor e momentos de desenvolvimento ajustados às suas capacidades. Devo procurar perceber se o meu bebé está bem e se nós, enquanto família, estamos bem. Devo pensar se alguma variável pode ser ajustada para que o meu bebé se sinta melhor.
QUANDO PROCURAR AJUDA? Acordar durante a noite ou comer menos bem não significa necessariamente que o vosso bebé está menos feliz, menos saudável ou que o seu desenvolvimento não está a decorrer como é suposto. Encarem os desajustes como naturais e como parte do desenvolvimento, mas procurem ajuda se sentirem que vocês ou o vosso bebé não estão bem.

Regressões, picos e outros que tais…

Sono do bebé

Texto publicado a 06/06/2020


Não gosto da ideia de que os bebés precisam de ser ensinados ou treinados a dormir. Os bebés já dormiam antes de nascer e ninguém os ensinou a tal – é um comportamento inato. No entanto, os bebés não são pequenos adultos, eles têm características e necessidades específicas e isso incluiu o seu sono. O sono dos bebés é diferente do sono do adulto, composto por ciclos de menor duração e períodos maiores de sono não profundo. A biologia “fez” com que estas fossem as características do sono do bebé porque são as características ideais para que o bebé se mantenha em segurança e se desenvolva adequadamente. Querer que um bebé durma como um adulto não é possível nem seria benéfico.
No entanto, é essencial que as famílias tirem partido do sono, da melhor forma possível. O descanso, muitas vezes tão escasso nos primeiros tempos após o nascimento de um bebé, é fundamental para que todos estejam bem e consigam desfrutar dessa fase tão exigente.

Por isso, vou deixar algumas dicas gerais de ajudam as famílias a descansar:
- Deixem de lado as preocupações com os maus hábitos e respondam às necessidades dos vossos bebés (em segurança)
- Muito colo e proximidade (não faz mal o vosso bebé dormir ao colo!)
- Desfrutem da companhia uns dos outros durante o dia (brincadeiras, dança, música, massagens…) – a ligação e o amor são o segredo
- Façam das vossas noites momentos tranquilos, com menos estimulação e com um ritmo diferente do diurno
- Ajudem o bebé a regular-se antes de dormir (como se fosse descendo uma escada em direção ao relaxamento)
- Descansem quando o bebé descansar

Lembrem-se que é apenas uma fase, que tendencialmente vai melhorando. No entanto, é natural que por vezes aconteçam desajustes (ou regressões) no sono que fazem parte do desenvolvimento normal do bebé. Nesses momentos, é preciso ter calma e paciência. Devemos procurar perceber se podemos ajustar algum fator que ajude o bebé a dormir melhor e procurar satisfazer as suas necessidades, garantindo-lhe que está em segurança, perto dos papás. Assim, tudo acabará por melhorar!